domingo, 30 de novembro de 2008

OFERTA

Ofereci-TE o meu anel, nesse instante.
Na solidão sonora; na melodia de silêncio;
Na cela do meu coração:
Tu vives, para que eu viva: nesse instante.
O anel é a minha aliança contigo.
O anel é a esperança, meu amigo,
De que na paz nos encontramos;
Na solidão; no silêncio.
Oferecer-TE-ei o meu anel, nesse instante.
Terás a cela do meu coração: a tua betânia.
Não podemos esperar por um raio de luz
Quando estamos nas trevas,
Se não abrirmos os nossos corações
À presença de Deus que nos acompanha sempre;
(fiel amigo)
Se não fizermos silêncio para o escutar.
A sua palavra é de amor.
É o alimento da nossa alma.
É a chave para uma vida de paz,
De reencontro e de amizade.
Para cessarem as trevas:
- Façamos silêncio;
- Escutemo-lo;
- Agora, demos as mãos;
- Oremos, por todos e por nós;
- Produzamos frutos em abundância.
Abrir-te-ei a porta e cearás comigo.


“em alta paz e tranquilidade deve a alma escutar e ouvir o que nela segreda o senhor Deus, que no silêncio e no retiro comunica a sua Paz”
[São João da Cruz]

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ESPELHO SEM FACE


Amor só faz sentido
Quando nos é retribuído.
É como que um espelho:
Colocamo-nos perante ele
Para que nos possamos ver
(Deixando de parte a veracidade)
Se isso não acontece,
A nossa alma esmorece
Por não ter face,
Por não ter corpo,
Enfim, por não existir de verdade.

Faço o que faço por amor,
E nisso não guardo rancor.
Porém, no que faço,
Não há amor.
Ele está lá: o espelho,
Para que eu o possa ver,
(é cego o meu olhar)
Mas nele vejo nada.
Se me sinto abandonada
Admito: é isto que devo fazer.
Choro: por em vidas ter sido espelho.
Choro: por assim ter de pagar.

É este o meu choro:
- Contido no amor
Por tudo aquilo que faço;
(Deixando, ou não, de parte a veracidade)
Daí surge o choro:
- Por amor não existir de verdade
E assim ter de pagar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ESTRANHA FELICIDADE


Eu prefiro a infelicidade,
A ser feliz na ignorância.
É ignorantemente feliz
Quem vive da ganância.
Quem das horas faz cantiga,
Dos minutos uma dança.
E quando o dia ao fim chega,
Só o profundo sono alcança.

É ignorantemente feliz
Quem não arrisca o certo pelo incerto.
Outra sina não quis,
E viaja para tão perto!

Quem é feliz ignorantemente,
Tem essa infelicidade.

Na sua vida de marioneta
Ama tanto o seu rotineiro papel
Que no decorrer da dança e da cantiga
Não ama nunca a Liberdade!

O MEU GUIA: O MAR, O SONHO, A FANTASIA

Cresci mais,
Na
terra.
Sonhei ser mais
Do que os
Homens.
Sonhei...



Chove em mim,
Tua luz.
Navego, enfim,
Outros mares.
Eu sei...

Alma,
minha
ALma.

Sente,
ALma,
minha.

Canta mais
P´ra
mim,
Canta mais
Na minha noite.
Embala...

Canto,
Meu canto
Meu fado.

medo,
Na melodia.
noite,
Findo o dia.

Ana Lúcia

A CONFISSÃO


Chora,
Encanto, chora
Que o teu tormento
Nem terminou.

Chora,
Que enquanto choras
Não vês de perto
O teu penar.

Trago
O segredo
No meu peito.
E a toda a hora
Só recordo o que te dei;

-Leva tudo de mim...

Madredeus
Composição: Pedro Ayres Magalhães

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

NO FUNDO DAS GAVETAS

Vasculha bem nas gavetas
As soluções para os problemas.
Hás-de encontra-las.

Lá estão guardados tesouros:
Já os viveste outrora,
Dá-lhes uso agora
Para assim conquistares outros,

Diferentes,
Nunca iguais.
E quando quiseres mais,
Conquistar,
Dá-te e dar-te-ão.
O segredo é amar.