domingo, 19 de abril de 2009

AUSÊNCIA



No Sábado passado, no encontro dos Sementinhas, o tema foi a felicidade. Chegamos mesmo a comparar a vida a um comboio.
Nem de propósito, nestes últimos dias a minha vida tem sido bem agitada. Não digo que ando num comboio ultra rápido, o que acontece é que não estou sempre na mesma carruagem. A máquina carrega bastantes carruagens que já possuo e percorro. E a verdade é que após um dia a percorrer todas elas, é difícil de voltar ao início, pois o caminho já é longo.
Não é porque não quero voltar que não volto, mas sim porque tenho que responder a todos os chamamentos das pessoas que albergo. Isso implica, muitas vezes, abdicar da máquina que transporta tudo o resto, passar por carruagens onde não passo há muito tempo, rever rostos que amo, apertar nos braços os corpos que me fizeram sorrir, mas que naquele momento só me fazem chorar - que saudade, que angústia, que lamúria. Digam lá se a felicidade não passa por aqui?
É necessário passar pela dor, por muito que custe, e é necessário chorá-la. A saudade torna-nos mais fortes e resistentes. Aliás, não só a saudade, mas também todos os sentimentos e emoções que consideramos negativos e que nos fazem infelizes. Mas explico-vos a razão da existência dessa tristeza: ela existe para nos fazer temer e respeitar a felicidade. Assim, quando esta nos bate à porta vamos recebe-la de bom grado e vamos aproveitar ao máximo cada momento.
Agora, o difícil não é perceber esta resposta, mas sim perceber de onde podemos retirar a felicidade – ponham-se nos outros e olhem-se nos olhos. Como nos diz a Mafalda Veiga: “somos muito mais se nos olharmos tão fundo de frente”. (Sim, porque no comboio da minha vida não falta música e poesia).
Esta foi, portanto, a maneira mais simplificada que arranjei para vos explicar o porquê da minha ausência: andei a viajar por caminhos bem distantes dos que viajo agora. Mas fiz o diário de bordo da viagem. Por isso, neste momento, na frente deste comboio gigante, buzino a todos os outros e alerto os seus corações para a conclusão mais verdadeira que retirei da viagem: a felicidade começa em nós.

3 comentários:

Rosy:) disse...

ola.. ao ver este teu post sobre a ausencia, n poderia deixar de comentar... ainda mais eu e as mias circunstancias enigmaticas.
ha coisas plas kal passamos de tao negativas msm k nem as vexes explikaçao há, ainda p mais se temos a consciencia k estivemos sp do lado certo.e há certas carruagens k tu p mto k mudes, n consegues sair de la, pk n depende de ti so..
mas la ta... o sofrimento ajuda-nos a ser mais positivos e a dar valor ao mais insignificante.. e a sermos mais fortes msm k n o demonstremos.
gostei do teu post...
beijinhos

Joana Costa disse...

ola!
parabens! tu escreves mesmo bem, com muito sentimento;
gostei, é um tema do qual tenho andado em busca nos ultimos anos;
:)
bj grande!

luckyluke disse...

citando a tal Mafalda Veiga: "há que ser trigo depois ser restolho, há que penar para aprender a viver".
Escreves realmente muito bem, lendo com alguma atenção o teu blogue vou-te dar um concelho (mesmo não tendo qualquer legitimidade para o fazer), nunca te deixes limitar por preconceitos nem pré-conceitos, vê sempre as duas faces da medalha. Um abraço amigo