segunda-feira, 27 de abril de 2009

AS BRUMAS DO FUTURO


Sim, foi assim que a minha mão
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo

Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós
Só a pensar
Se o gesto fora bem seguro

Ficámos nós
A hesitar
Por entre as brumas do futuro

A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que desesperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável

Adormeci
Com a sensação
Que tínhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos

Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Música: Madredeus

1 comentário:

Carlos Richter disse...

...como que anunciado pelo ressurgido e destemido sol primaveril este blog alimentador de sonhos e vitamina do alento merece os meus parabéns! Sou seu admirador, um fã clássico! Auguro para a sua carreira grandes desideratos de criatividade e beleza cultural. Bem haja AL.