terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

PARA LÁ DO SONHO SONHADO, A SALVAÇÃO

O Homem tem a necessidade de sonhar. É como que um prato gastronómico: podemos come-lo na sua simplicidade, mas se nele colocarmos especiarias, saber-nos-á melhor. Contudo, em demasia pode prejudicar-nos. Faço esta comparação (talvez desajustada) para provar que, realmente, a vida sem o sonho não tem “sabor”, não nos agrada. Daí o facto de muita gente perder a vontade de viver (de comer).

(Qualquer parecença entre esta história e a vida real, é pura coincidência)

Há muitos anos atrás, o sonho não era valorizado, as pessoas queriam apenas basear-se naquilo que era realmente credível, possível e seguro. Claro que eram loucos, todos os que pensavam o contrário. Quem coloca o sonho à superfície do seu olhar, toma as “rédeas” e se põe a caminho da noite e da cerração, só pode ser louco.


Era uma vez, um rei chamado Sebastião, que era “louco, sim, louco, porque quis grandeza / Qual a sorte não dá”. Esse rei apaixonou-se pela bela Pátria Lusitana, porém, inicialmente, era um amor não correspondido: a Pátria queixava-se da imaturidade do seu rei. Então, o Rei lutou por ela, para a tornar um grande império, invejável.
Numa das lutas em que participava, Sebastião desapareceu sem deixar rasto. Grande foi a tristeza da Pátria Lusitana ao saber desta perda. Já se sentia dependente do seu “louco rei” e do amor que lhe tinha. Tal era o amor que os unia, que ainda hoje, apesar de estar ligada a outros líderes, a Pátria ainda espera a vinda do seu amado Sebastião, para que este herói a possa tirar da infelicidade que tem vivido até aos dias de hoje. Todas as noites sonha com o aparecimento do rei, e durante o dia continua no seu sonho profundo.
A Pátria é infeliz até nos seus sonhos, porque a sua alma somos todos nós, seus filhos, e o que se tem constatado é que, os portugueses andam demasiado ocupados com coisas bem superficiais, coisas banais e não sabem viver. Não sonham, não têm espiritualidade. Só se sabem questionar: “Porquê?”. Os mitos estão em vias de extinção, então o povo deixou de ter o dom de compreender os mistérios da vida.


Em meados do séc. XX, um poeta, muito interessante, publicou uma ‘Mensagem’ – O espírito move a massa. Era Pessoa entre a multidão e sentiu a necessidade de alertar os portugueses do Fado que lhes tinha sido atribuído pelo divino: Portugal devia ser o Quinto Império, um Império Espiritual, o Império da Língua Portuguesa.
A verdade é que tudo isto só se concretizará quando nos conseguirmos unir num só. Num só corpo, numa só alma, com uma só voz, iremos viver em comunhão, com a força necessária para quebrar as barreiras do ódio. Iremos conquistar o desconhecido, como fizemos em tempos, em sonhos que tivemos, balançados pelas águas do alto mar que conquistamos.

“Cheio de Deus, não temo o que virá
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma”.
“Tudo vale a pena
Quando a alma não é pequena”.

Deste modo, unidos pela Pátria, em corpo e alma, movidos de esperança e de vontade iríamos:

“Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da verdade.”

(Versos de Fernando Pessoa)

Ana Lúcia Magalhães

2 comentários:

Anónimo disse...

olá amiga..
Passei por aqui só para te felicitar pelo excelente blog/trabalho que tens aqui...
Óbvio que vindo da tua parte, não´é admirassão nenhuma, contudo, penso que tudo o que realmente é bom tem se ser notado...
Muitos parabéns e felicidades amiga...
Beijo

Anónimo disse...

ah o anónimo, sou eu, a lúcia cunha....
Falhas do sistema.....eh eh eh...